Recursos para ensinar filosofia
Questões sobre críticas ao utilitarismo e à ética kantiana
Faça login ou crie uma conta para exportar questões
Qual das opções a seguir é uma crítica ao foco do utilitarismo do utilitarismo hedonista no prazer e bem-estar?
-
Não é aplicável em situações de crise ou decisões éticas difíceis.O utilitarismo é, em teoria, aplicável a qualquer situação, incluindo crises ou decisões éticas difíceis. A crítica não está na aplicabilidade do utilitarismo a esses casos, mas, talvez, nas dificuldades práticas de se calcular todas as consequências e bem-estar envolvidos. Porém, dizer que não é aplicável é incorreto, pois o utilitarismo é, precisamente, uma abordagem para enfrentar decisões éticas complexas.
-
Não leva em consideração a diversidade de valores e objetivos que as pessoas possuem.Essa alternativa é a correta de acordo com o gabarito e expressa uma crítica fundamental ao utilitarismo hedonista: ele não considera que as pessoas podem ter valores e objetivos que vão além do prazer e bem-estar apenas. Algumas pessoas podem valorizar princípios como justiça, direitos individuais ou deveres morais que não se encaixam facilmente na narrativa utilitarista do prazer máximo. Isso significa que o modelo pode ser limitado ao não reconhecer a complexidade da diversidade de valores humanos.
-
Não leva em conta a felicidade dos animais e outros seres não racionais.A crítica de que o utilitarismo hedonista não leva em conta a felicidade dos animais e outros seres não racionais é, na verdade, incorreta. Filósofos como Jeremy Bentham, que foi um dos fundadores do utilitarismo, argumentou que a consideração moral deveria incluir todos os seres capazes de sofrer, incluindo animais. Assim, o utilitarismo preocupa-se sim com o bem-estar de animais não racionais, desde que eles possam sentir prazer e dor.
-
Incentiva a maximização do prazer a todo custo, ignorando as consequências a longo prazo.Esta alternativa traz uma crítica válida, embora não seja a mais destacada no gabarito. Ela se refere à possibilidade de que, buscando maximizar o prazer, o utilitarismo possa ignorar consequências negativas a longo prazo. Isso pode levar a decisões que parecem boas no curto prazo, mas que não são sustentáveis ou justas a longo prazo.
-
Pode levar a uma cultura de busca por prazer imediato, em detrimento da felicidade a longo prazo.Essa alternativa está correta, pois uma das críticas ao utilitarismo hedonista é que ele pode encorajar uma cultura de busca por prazer imediato. Ao focar apenas no prazer como base da moralidade, as pessoas poderiam negligenciar os benefícios de prazo mais longo em troca de gratificações instantâneas. Isso pode levar a comportamentos impulsivos e pouco sustentáveis ao longo do tempo.
O exemplo dos cristão jogados aos leões no coliseu para diversão pública é uma crítica ao utilitarismo que procura mostrar que
-
o utilitarismo defende a diversão pública como um valor superior à vida humana.Esta alternativa não é correta. O utilitarismo não prioriza a diversão pública acima da vida humana. O princípio básico do utilitarismo é promover a maior felicidade para o maior número de pessoas. Embora alguns críticos digam que o utilitarismo poderia, teoricamente, justificar danos a indivíduos para o prazer da maioria, isso não significa que a teoria defenda a ideia de que diversão ou prazer sempre supera o valor da vida humana.
-
o utilitarismo falha em proteger os direitos individuais, visto que pode justificar o sacrifício da vida de uma minoria em nome da felicidade da maioria.Esta alternativa está correta. Uma crítica comum ao utilitarismo é que ele pode permitir, em certas circunstâncias, o sacrifício de uma minoria se isso resultasse em maior felicidade ou benefício para a maioria. No exemplo dos cristãos no coliseu, a diversão da multidão poderia ser considerada um ganho de felicidade para muitos, enquanto a vida dos poucos cristãos era sacrificada, o que ilustra o potencial problema do utilitarismo de ignorar direitos individuais.
-
o utilitarismo só leva em consideração em seu cálculo o prazer gerado por uma ação, desconsiderando a dor e o sofrimento.Esta alternativa está incorreta. O utilitarismo considera tanto o prazer quanto a dor em seu cálculo. A teoria busca maximizar o prazer e minimizar a dor, então desconsiderar o sofrimento não corresponde ao entendimento correto do utilitarismo. Este exemplo do coliseu é usado para ressaltar a crítica de que o cálculo utilitarista pode resultar em injustiça para minorias, não que ignore a dor e o sofrimento.
-
o utilitarismo é uma teoria que se preocupa apenas com o presente, sem considerar as consequências futuras de suas ações.Esta alternativa está incorreta. De fato, o utilitarismo clássico, como o proposto por Jeremy Bentham e John Stuart Mill, leva em conta as consequências futuras das ações ao tentar maximizar a felicidade. A crítica central que este exemplo específico faz é sobre a possibilidade de ignorar os direitos e a dignidade de indivíduos, e não sobre a consideração de consequências futuras.
Qual das alternativas abaixo é uma crítica à teoria moral de Kant em relação aos animais?
-
É muito centrada no bem-estar dos animais e ignora a importância dos interesses humanos.Essa alternativa está incorreta. A teoria moral de Kant é, na verdade, centrada nos seres racionais, ou seja, seres que são capazes de agir segundo princípios morais e entender conceitos como o dever. Kant acredita que os seres racionais devem agir por dever e não apenas para maximizar a felicidade ou o bem-estar. Como tal, a crítica não se aplicaria à sua teoria, já que ele tende a afirmar que temos deveres indiretos em relação aos animais, mas não que o bem-estar animal seja o foco central.
-
Afirma que os animais têm direitos iguais aos humanos, o que torna sua teoria moral impraticável.Esta alternativa está incorreta. Kant nunca afirmou que os animais têm os mesmos direitos que os humanos. Pelo contrário, sua teoria é muitas vezes criticada exatamente porque não confere aos animais direitos baseados em sua moralidade intrínseca. Para Kant, o tratamento dos animais deve ser bom não porque eles têm direitos, mas porque maltratar animais pode influenciar negativamente sobre como tratamos outros seres humanos.
-
É muito subjetiva e varia de cultura para cultura.Essa alternativa também está incorreta. A teoria moral de Kant é uma ética deontológica, o que significa que ela é baseada em deveres universais, e não em contextos culturais ou subjetivos. Kant acreditava que as máximas do dever ético deveriam ser universais e racionais, aplicando-se igualmente a todos os agentes morais independentemente de sua cultura ou costumes. Portanto, a crítica de que sua moral varia de cultura para cultura não se sustenta.
-
Não se preocupa com o bem-estar dos animais, apenas com o cumprimento do dever moral em relação a eles.Esta afirmativa é parcialmente correta, mas precisa de alguns esclarecimentos. Kant realmente não se preocupa com o bem-estar dos animais por eles mesmos, mas sim com o papel que o tratamento dos animais desempenha no desenvolvimento do caráter moral humano. Maltratar animais vai contra os deveres indiretos que temos, já que tal comportamento pode corroer nossa moralidade e a maneira como tratamos outros humanos. Embora isso mencione a ausência de preocupação direta com o bem-estar dos animais, não é a crítica mais expressiva em relação à moral kantiana.
-
Se aplica apenas a seres racionais e não leva em consideração o status moral dos animais.A afirmativa está correta. Kant acreditava que a moralidade se aplica principalmente a seres racionais, ou seja, aqueles que possuem a capacidade de raciocínio e de entender leis morais. Segundo Kant, os animais não possuem essa capacidade de raciocínio moral, e portanto não são considerados agentes morais na sua teoria. Isso leva à crítica de que sua moralidade não considera animais como possuidores de status moral intrínseco, mas apenas se refere a deveres indiretos que temos enquanto seres racionais em relação aos animais.
Qual das opções a seguir é uma crítica ao utilitarismo?
-
Não garante de forma absoluta direitos básicos, como o direito à vida.Correto. Essa é uma crítica muito comum ao utilitarismo. A teoria pode, em situações extremas, justificar a violação de direitos individuais, como o direito à vida, se isso resultar em um aumento geral da felicidade. Por exemplo, sacrificar uma pessoa para salvar várias outras pode ser considerado moralmente aceitável pelo utilitarismo, já que o bem-estar total aumenta.
-
Não fornece diretrizes claras para a tomada de decisões.Essa crítica é considerada válida por alguns filósofos, pois o utilitarismo pode ter dificuldades em fornecer diretrizes claras para a tomada de decisões em situações complexas. Contudo, os utilitaristas argumentam que, apesar disso, a regra básica de maximizar a felicidade é relativamente clara e útil.
-
Não leva em conta as consequências das ações.Essa alternativa é incorreta porque o utilitarismo, por definição, é uma teoria consequencialista, ou seja, ele se preocupa diretamente com as consequências das ações. A ideia principal é que uma ação é moralmente correta se ela maximiza a felicidade ou o bem-estar geral.
-
Não leva em conta a felicidade da maioria.Esta alternativa está incorreta, pois o princípio fundamental do utilitarismo é exatamente maximizar a felicidade ou o bem-estar da maioria. Assim, ele se preocupa diretamente com a felicidade da maioria, e não ignora esse aspecto.
-
É muito focado na felicidade individual e ignora o bem-estar coletivo.Essa afirmação está incorreta porque o utilitarismo é, na verdade, uma teoria ética que preza pelo bem-estar coletivo. Ele busca maximizar a felicidade ou utilidade total para o maior número de pessoas. Portanto, não é focado apenas na felicidade individual, mas sim na coletiva.
Thiago: Bem, eu sou um utilitarista, então acredito que devemos buscar maximizar a felicidade e minimizar a dor. Se a máquina trouxer mais felicidade do que dor, então eu seria a favor.
Nozick: Eu entendo sua perspectiva, mas e se eu dissesse que as pessoas poderiam escolher ficar permanentemente conectadas à máquina de experiência, renunciando à vida real?
Thiago: Bem, eu acho que ainda seria a favor, desde que a felicidade geral aumente.
Suponha que Felícia, também defensora do utilitarismo, discorde de Thiago. Ela acredita que as pessoas não deveriam ser obrigadas a viver na máquina de Nozick. Como ela poderia conciliar seu utilitarismo com a recusa da máquina de experiência?
-
Felícia pode argumentar que a vida na máquina de Nozick pode ser insatisfatória a longo prazo, mesmo que pareça perfeita no curto prazo, e que o utilitarismo deve levar em consideração a felicidade a longo prazo.Esta alternativa está correta. A crítica aqui sugere que a experiência da máquina pode parecer boa inicialmente, mas se a felicidade não é sustentada a longo prazo ou se há insatisfação futura, então não podemos garantir que seja a melhor escolha. Este é um ponto utilitarista que leva em conta o impacto contínuo das decisões na felicidade das pessoas.
-
Felícia poderia argumentar que a máquina de Nozick não leva em consideração as preferências individuais e, portanto, pode não produzir a maior felicidade possível para todos.Esta alternativa está correta. Felícia, como utilitarista, poderia argumentar que parte do cálculo para maximizar a felicidade envolve respeitar as preferências individuais das pessoas. A máquina de Nozick ignora esses desejos pessoais, forçando todos a uma única forma de felicidade programada. Se a máquina contradiz as preferências de alguns, pode acabar não maximizar a felicidade geral como deveria.
-
Felícia pode defender que o utilitarismo deve parar de buscar maximizar o prazer, o bem-estar ou seja lá o que for.Esta alternativa está incorreta. Se Felícia dissesse que o utilitarismo deve parar de buscar maximizar o prazer, ela estaria essencialmente abandonando a filosofia utilitarista, que é centrada na maximização do bem-estar ou felicidade. Esta alternativa sugere uma mudança completa do que o utilitarismo busca, não uma adaptação do conceito para aplicá-lo à máquina de Nozick.
-
Felícia pode sugerir que o utilitarismo deve levar em consideração a qualidade da felicidade e que a vida na máquina de Nozick pode não ser tão satisfatória quanto a felicidade encontrada na vida real.Esta alternativa está correta. É possível que Felícia defenda que não é apenas a quantidade de felicidade que importa, mas também sua qualidade. Felicidades superficiais, ou que não têm a profundidade de experiências reais, podem não proporcionar tanta satisfação. Assim, viver na máquina de Nozick pode não ser equivalente a viver a realidade, mesmo que ambas sejam felizes.
-
Felícia pode argumentar que que o utilitarismo deve buscar maximizar a preferência das pessoas e não unicamente seu sentimento de prazer e bem-estarEsta alternativa está correta e é o ponto central do argumento. Felícia pode argumentar que, em vez de apenas buscar prazer ou felicidade de maneira simples, o utilitarismo poderia ser mais persuasivo se considerasse as preferências das pessoas como parte integrante do cálculo de felicidade. Isso significa que maximizar a felicidade envolve respeitar os desejos e a autonomia dos indivíduos, o que a máquina de experiências pode desconsiderar.
Como utilitarismo responde a críticas que acusam a teoria de negligenciar direitos individuais?
-
Restringindo o escopo da teoria para questões puramente utilitárias, deixando de lado questões éticas mais amplas.Essa alternativa está incorreta porque ela sugere que o utilitarismo simplesmente ignora questões éticas mais amplas, o que não é verdade. O utilitarismo tenta abordar questões éticas de forma abrangente através do princípio da maximização de felicidade ou utilidade. Restringir seu escopo e ignorar preocupações éticas mais amplas não seria uma forma eficaz de responder às críticas sobre direitos individuais.
-
Abandonando completamente o objetivo de maximizar a felicidade geral em prol da proteção dos direitos individuais.Esta alternativa está incorreta, porque vai contra a essência do utilitarismo. O utilitarismo é a teoria que busca maximizar a felicidade ou o bem-estar geral, então abandonar completamente esse objetivo em prol da proteção dos direitos individuais significa abandonar a essência da teoria. Em vez disso, o utilitarismo tenta conciliar a proteção dos direitos com o objetivo de maximizar a felicidade.
-
Alegando que direitos individuais não são importantes para o bem-estar e a felicidade.Esta alternativa está incorreta. Embora o utilitarismo foque na maximização da felicidade geral, afirmar que direitos individuais não são importantes não seria uma resposta apropriada à crítica de que a teoria os negligencia. Na verdade, muitos utilitaristas reconhecem que direitos individuais podem ter um papel significativo na promoção do bem-estar geral.
-
Através da ideia de que o respeito aos direitos individuais é uma forma de maximizar a felicidade geral a longo prazo.Esta alternativa está correta. O utilitarismo, especialmente nas visões mais modernas, reconhece que o respeito aos direitos individuais pode ser uma boa estratégia para maximizar a felicidade a longo prazo. A ideia aqui é que, ao proteger direitos, evitamos sofrimento e injustiças que poderiam prejudicar o bem-estar geral da sociedade no futuro. John Stuart Mill, um dos principais defensores do utilitarismo, argumentava que a proteção das liberdades individuais é essencial para garantir um progresso social que maximiza o bem-estar.
-
O utilitarismo considera os direitos individuais como um fator secundário na tomada de decisões, e não pode responder às críticas que acusam a teoria de negligenciá-los.Esta alternativa apresenta um ponto de vista incorreto de que o utilitarismo não pode responder às críticas sobre a negligência dos direitos individuais. Embora o utilitarismo não coloque os direitos individuais como prioridade principal, ele considera que preservar certos direitos pode ser instrumental para alcançar o bem maior a longo prazo. Portanto, é errôneo dizer que ele não pode responder a essas críticas.
Conteúdo exclusivo para usuário
Esse conteúdo é exclusivo para usuários cadastrados. Crie uma conta ou faça login abaixo para ter acesso a ele.